domingo, 31 de maio de 2015

Mudanças

Por mais que eu goste de você, agora me pergunto: o que eu estava dizendo ao te chamar de anjo? Dizer que você não existia ou que anjos existem, mas imperfeitos? O que é a força da ilusão e tradição! Ora, nunca acreditei nestas divindades. O carinho era verdadeiro, mas eu te chamava de uma mentira e você ainda gostava! 

O que eu fazia ao te parabenizar por ter feito aniversário? Parabenizar por ter continuado vivo por um ano? Por ter sobrevivido? Ora, difícil não é sobreviver, mas viver. E aqueles desejos? Felicidade, saúde, sucesso e todas aquelas coisas boas. A vontade era verdadeira, mas eu te desejava uma utopia! Eu desejava uma mentira e você ainda gostava e agradecia!

Nunca mais chamarei alguém de divindades nem desejarei apenas felicidade. Chamar por divindade e desejar só alegria é criar ilusão (e estando iludido, projetam-se outras ilusões ao que é real): chamarei e criarei metáforas usando apenas coisas concretas e reais, desejarei coisas boas, mas mais coisas más. Desejarei vida.

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